Treasuries ou Tesouro Direto: Onde Investir na Renda Fixa em 2025?
Em tempos de incerteza econômica, a renda fixa continua sendo uma escolha essencial para investidores que buscam segurança e estabilidade. No entanto, a decisão sobre onde investir – no Tesouro Direto brasileiro ou nos Treasuries americanos – pode não ser tão simples quanto parece. Ambos os mercados oferecem oportunidades atrativas, mas com características e riscos distintos.
Neste artigo, exploramos as diferenças, os benefícios e os desafios de cada opção, ajudando você a tomar uma decisão informada.
Cenário Econômico: Trump 2 vs Lula 3
Para começar, é importante entender o contexto econômico atual. Nos Estados Unidos, o segundo mandato de Donald Trump trouxe políticas fiscais controversas, como cortes de impostos e estímulos econômicos, que elevaram a percepção de risco fiscal. Como resultado, os rendimentos dos Treasuries de longo prazo estão em 4,58% ao ano, um patamar elevado para o mercado americano.
Enquanto isso, no Brasil, o terceiro mandato de Lula enfrenta desafios similares. A falta de propostas concretas para reduzir os gastos públicos gerou desconfiança no mercado, levando a uma forte abertura dos juros. O Tesouro Prefixado 2035, por exemplo, oferece uma remuneração de 15,07% ao ano, atraindo investidores locais.
Embora os dois cenários sejam diferentes em muitos aspectos, ambos ilustram como a política fiscal pode impactar os mercados de renda fixa.
O que são Treasuries e Títulos do Tesouro Direto?
Treasuries Americanos
Os Treasuries são títulos emitidos pelo governo dos Estados Unidos, considerados um dos investimentos mais seguros do mundo devido à robustez da economia americana. Eles funcionam de maneira simples: o governo paga uma taxa de juros fixa ou variável, dependendo do tipo de papel, até o vencimento.
Tesouro Direto Brasileiro
Por outro lado, o Tesouro Direto é o programa de venda de títulos públicos no Brasil, permitindo que investidores pessoas físicas acessem a renda fixa de forma direta. Há diferentes opções, como o Tesouro Selic, que acompanha a taxa básica de juros, e o Tesouro IPCA+, que combina uma taxa fixa com correção pela inflação.
Ambos os mercados oferecem uma lógica clara: quanto maior o risco percebido, maior será a taxa de retorno oferecida ao investidor.
Leia: Guia Completo investir em Tesouro Direto
Comparando as Taxas: 4,5% vs 15% ao Ano
À primeira vista, a remuneração de 15% ao ano do Tesouro Direto parece imbatível em relação aos 4,58% dos Treasuries de 10 anos. Contudo, é essencial analisar outros fatores antes de tomar uma decisão.
Inflação e Moeda
Nos Estados Unidos, a inflação está sob controle, o que significa que as taxas oferecidas refletem um retorno real mais estável. No Brasil, as altas taxas de juros são, em grande parte, uma resposta às pressões inflacionárias. Além disso, os Treasuries oferecem proteção cambial, pois são negociados em dólar. Isso pode ser um fator importante, especialmente em períodos de desvalorização do real.
Risco Fiscal
Os Treasuries são vistos como extremamente seguros devido à confiança na economia americana, enquanto os títulos brasileiros carregam um maior risco fiscal, refletindo a instabilidade política e econômica local.
Para mais detalhes sobre como a inflação afeta os investimentos, leia nosso guia: Como Proteger Sua Carteira em Cenários de Alta Inflação.
O Papel da Marcação a Mercado
Outro ponto importante ao comparar Treasuries e Tesouro Direto é o impacto da marcação a mercado. Este mecanismo ajusta o preço dos títulos em função das mudanças nas taxas de juros.
Nos Estados Unidos:
- Os Treasuries são, em sua maioria, prefixados, o que significa que os investidores estão sujeitos a variações de preço caso precisem vender os papéis antes do vencimento.
No Brasil:
- O Tesouro Selic, por outro lado, é uma opção mais estável, ideal para quem busca liquidez e proteção contra a volatilidade. Já o Tesouro IPCA+ e o Tesouro Prefixado podem oferecer ganhos significativos caso as taxas de juros caiam.
Diversificação Geográfica: O Melhor dos Dois Mundos
Ao invés de escolher entre Tesouro Direto e Treasuries, muitos especialistas recomendam uma abordagem combinada. Afinal, diversificar sua carteira entre mercados brasileiros e americanos pode trazer vantagens como:
- Proteção Cambial: Investir em Treasuries ajuda a proteger o portfólio contra uma possível desvalorização do real.
- Retornos Atraentes: Enquanto os títulos brasileiros oferecem juros reais elevados, os Treasuries proporcionam segurança e previsibilidade.
- Redução de Riscos: Uma carteira diversificada é menos vulnerável a oscilações políticas e econômicas de uma única região.
Fique ainda mais por dentro e…
- Saiba mais sobre os Treasuries no site oficial do Tesouro Americano.
- Acompanhe as taxas do Tesouro Direto no site do Tesouro Nacional.
Estratégias para Investir com Segurança
No Tesouro Direto:
- Use o Tesouro Selic para manter liquidez e proteger reservas de emergência.
- Considere o Tesouro IPCA+ para garantir uma taxa real elevada, protegida contra a inflação.
- Seja cauteloso com títulos prefixados em cenários de alta instabilidade fiscal.
Nos Treasuries:
- Invista em vencimentos intermediários (3 a 7 anos), que oferecem equilíbrio entre risco e retorno.
- Explore ETFs de Treasuries para diversificar com mais praticidade e custos menores.
- Lembre-se de que a valorização do dólar pode ampliar seus ganhos em momentos de desvalorização do real.
Conclusão: Treasuries ou Tesouro Direto?
A decisão entre Treasuries e Tesouro Direto não precisa ser uma escolha de “um ou outro”. Ambos têm papéis importantes em uma carteira bem estruturada. Enquanto os Treasuries oferecem segurança e proteção cambial, o Tesouro Direto traz juros reais elevados, ideais para quem busca retorno no mercado doméstico.
Para navegar nesse cenário complexo, conte com especialistas em investimentos. A Ável Investimentos pode ajudar você a montar uma estratégia personalizada que aproveite o melhor de cada mercado.
