Tarifaço dos EUA: entenda os impactos nos estados do Brasil

O Tarifaço dos Estados Unidos volta a ser pauta por aqui, pois os efeitos ainda são sentidos aqui no Brasil. Segundo levantamento realizado pela FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), o aumento das tarifas americanas sobre produtos estrangeiros pode afetar exportações de, ao menos, 15 estados brasileiros. E o maior impacto ficou para Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo.

Quais estados do Brasil serão mais afetados pelo Tarifaço?

O impacto do Tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros já começa a aparecer com força nas estatísticas estaduais. E, de acordo com o levantamento do FGV Ibre, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo foram os estados que mais perderam em valores absolutos de exportação para o mercado americano.

  • Minas Gerais lidera o ranking, com uma queda de US$ 236 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) nas exportações em apenas um ano.
  • Santa Catarina aparece em seguida, com US$ 95,9 milhões (R$ 515 milhões) a menos.
  • São Paulo teve retração de US$ 94 milhões (R$ 505 milhões).
  • Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro registraram reduções de US$ 88,8 milhões (R$ 477 milhões) cada.
  • Paraná fecha o grupo dos seis mais afetados, com queda de US$ 82,4 milhões (R$ 443 milhões).

Esses números representam impactos diretos sobre o emprego, a arrecadação estadual e o desempenho das indústrias locais, especialmente as voltadas à exportação de bens manufaturados e semimanufaturados.

Quedas percentuais e impacto regional do Tarifaço

Quando observadas as quedas proporcionais, o estudo mostra um panorama ainda mais preocupante nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. Estados com pauta exportadora mais concentrada, ou seja, dependentes de poucos produtos, foram os que mais sentiram a pressão:

  1. Mato Grosso – queda de 81% nas exportações para os EUA, puxada por carne bovina, madeira e produtos de origem animal.
  2. Tocantins – retração de 74,3%.
  3. Alagoas – recuo de 71,3%.
  4. Piauí – queda de 68,6%.
  5. Rio Grande do Norte – baixa de 65%.
  6. Pernambuco – redução de 64,8%, com impacto em exportações de frutas, pescados e mel.

Essas perdas expressivas indicam que o Tarifaço atingiu cadeias produtivas de menor porte, mas que têm grande peso nas economias locais, especialmente em emprego e arrecadação fiscal.

Por que esses estados foram os mais atingidos?

Segundo os pesquisadores do FGV Ibre, a explicação está na concentração da pauta exportadora e na presença de produtos não isentos das novas tarifas.

Enquanto grandes estados industriais, como São Paulo e Minas Gerais, conseguiram compensar parte das perdas com exportações de itens isentos (como aviões, suco de laranja e óleos leves), estados com menor diversificação sofreram de forma mais aguda.

No Mato Grosso, por exemplo, os produtos mais afetados foram carne bovina e madeira, itens que enfrentam tarifas altas no mercado americano. Enquanto isso, no Nordeste, o problema é semelhante: frutas, pescados e produtos apícolas passaram a competir com exportadores de países não tarifados, perdendo espaço rapidamente.

Estados que conseguiram amenizar perdas

Apesar do cenário desafiador, alguns estados conseguiram reduzir os danos. Em São Paulo, produtos isentos como aeronaves, suco de laranja e derivados de petróleo leve cresceram mais de 14% em volume exportado, compensando parte das perdas industriais. Enquanto isso, na Bahia, houve comportamento semelhante, com aumento nas exportações de itens do setor químico e energético.

Quais foram os setores mais atingidos pelo Tarifaço?

As perdas se concentram em segmentos industriais com alto valor agregado, mexendo com emprego e arrecadação nos estados exportadores.

  • Agronegócio e commodities: Ainda que menos atingido diretamente, pode sofrer com efeitos indiretos, como uma queda na demanda externa e custos logísticos maiores. Quem for mais dependente de produtos como carne bovina, madeira e couro pode ser mais afetado.
  • Metalurgia e siderurgia: Principais alvos de tarifas, especialmente para produtos como aço e alumínio. O reflexo imediato é a queda nas exportações e redução de margens das empresas exportadoras.
  • Móveis e papel: Tradicionais em estados como SC e RS, podem perder competitividade diante de concorrentes asiáticos. Além disso, a alta de custos de insumos importados e o encarecimento de frete internacional pressionam pequenas e médias empresas, que possuem menos margem para absorver oscilações cambiais e tarifárias.
  • Máquinas e autopeças: Concentradas no Sudeste, enfrentam custos maiores e atrasos na cadeia global. As empresas enfrentam volatilidade cambial, custos de importação mais altos e maior incerteza sobre a demanda internacional.

Como os estados e empresas podem reagir aos efeitos do Tarifaço?

Para Flávio Ataliba, pesquisador do FGV Ibre, os resultados mostram a importância de diversificar produtos e parceiros comerciais. Assim, segundo ele, a dependência de poucos mercados e a concentração em produtos tarifados amplificam o impacto de medidas protecionistas como o Tarifaço.

“O impacto foi menor do que o imaginado porque alguns produtos isentos conseguiram compensar parte das perdas. Mas a lição é clara: precisamos fortalecer a internacionalização das economias regionais e ampliar a base exportadora dos estados”, afirma Ataliba.

O desafio agora é diversificar mercados e buscar novas rotas comerciais. Algumas ações estratégicas:

  • Explorar mercados alternativos, como América Latina, Europa e Oriente Médio, reduzindo dependência dos EUA.
  • Revisar contratos de exportação e ajustar margens para acomodar possíveis custos adicionais.
  • Aproveitar acordos regionais e parcerias comerciais, como o Mercosul e a União Europeia, caso avancem em 2026.
  • Estimular políticas estaduais de apoio à exportação, como crédito facilitado e incentivos fiscais temporários.

Por isso, para os investidores, o cenário exige atenção a setores sensíveis, como siderurgia, construção e manufatura, e busca de oportunidades em segmentos internos que podem ser beneficiados pela realocação de cadeias produtivas.

O Tarifaço americano tem efeitos heterogêneos, mas tangíveis. Enquanto os grandes estados industriais perdem mais em valor absoluto, o Nordeste e o Centro-Oeste sentem o golpe em termos relativos, com quedas percentuais superiores a 60% em alguns casos.

A longo prazo, essa dinâmica reforça a necessidade de estratégias regionais de diversificação produtiva, políticas de apoio à exportação e maior integração comercial entre os estados. Além disso, o Tarifaço coloca o Brasil diante de um cenário de ajuste comercial e regional.

Embora o impacto nacional pareça moderado, os efeitos sobre os estados exportadores podem ser significativos, atingindo indústrias, arrecadação e empregos locais. Assim, para evitar perdas maiores, será essencial uma coordenação entre governo federal, estados e setor privado, com políticas de crédito, apoio à exportação e diversificação de mercados.

FAQ – Perguntas Frequentes

Quais estados brasileiros serão mais afetados pelo Tarifaço dos EUA?

Principalmente São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pela concentração de exportações industriais.

O impacto será imediato?

Parcial. As novas tarifas entram em vigor progressivamente, mas os efeitos já devem aparecer nas exportações de 2026.

Quais setores correm maior risco?

Siderurgia, móveis, papel, máquinas, autopeças e bens de consumo industrializados.

O que os estados podem fazer para reduzir os efeitos?

Ampliar incentivos à exportação, apoiar a indústria local e buscar novos parceiros comerciais.

Fonte: G1

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