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O Tarifaço dos Estados Unidos volta a ser pauta por aqui, pois os efeitos ainda são sentidos aqui no Brasil. Segundo levantamento realizado pela FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), o aumento das tarifas americanas sobre produtos estrangeiros pode afetar exportações de, ao menos, 15 estados brasileiros. E o maior impacto ficou para Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo.
O impacto do Tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros já começa a aparecer com força nas estatísticas estaduais. E, de acordo com o levantamento do FGV Ibre, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo foram os estados que mais perderam em valores absolutos de exportação para o mercado americano.
Esses números representam impactos diretos sobre o emprego, a arrecadação estadual e o desempenho das indústrias locais, especialmente as voltadas à exportação de bens manufaturados e semimanufaturados.
Quando observadas as quedas proporcionais, o estudo mostra um panorama ainda mais preocupante nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. Estados com pauta exportadora mais concentrada, ou seja, dependentes de poucos produtos, foram os que mais sentiram a pressão:
Essas perdas expressivas indicam que o Tarifaço atingiu cadeias produtivas de menor porte, mas que têm grande peso nas economias locais, especialmente em emprego e arrecadação fiscal.
Segundo os pesquisadores do FGV Ibre, a explicação está na concentração da pauta exportadora e na presença de produtos não isentos das novas tarifas.
Enquanto grandes estados industriais, como São Paulo e Minas Gerais, conseguiram compensar parte das perdas com exportações de itens isentos (como aviões, suco de laranja e óleos leves), estados com menor diversificação sofreram de forma mais aguda.
No Mato Grosso, por exemplo, os produtos mais afetados foram carne bovina e madeira, itens que enfrentam tarifas altas no mercado americano. Enquanto isso, no Nordeste, o problema é semelhante: frutas, pescados e produtos apícolas passaram a competir com exportadores de países não tarifados, perdendo espaço rapidamente.
Apesar do cenário desafiador, alguns estados conseguiram reduzir os danos. Em São Paulo, produtos isentos como aeronaves, suco de laranja e derivados de petróleo leve cresceram mais de 14% em volume exportado, compensando parte das perdas industriais. Enquanto isso, na Bahia, houve comportamento semelhante, com aumento nas exportações de itens do setor químico e energético.
As perdas se concentram em segmentos industriais com alto valor agregado, mexendo com emprego e arrecadação nos estados exportadores.
Para Flávio Ataliba, pesquisador do FGV Ibre, os resultados mostram a importância de diversificar produtos e parceiros comerciais. Assim, segundo ele, a dependência de poucos mercados e a concentração em produtos tarifados amplificam o impacto de medidas protecionistas como o Tarifaço.
“O impacto foi menor do que o imaginado porque alguns produtos isentos conseguiram compensar parte das perdas. Mas a lição é clara: precisamos fortalecer a internacionalização das economias regionais e ampliar a base exportadora dos estados”, afirma Ataliba.
O desafio agora é diversificar mercados e buscar novas rotas comerciais. Algumas ações estratégicas:
Por isso, para os investidores, o cenário exige atenção a setores sensíveis, como siderurgia, construção e manufatura, e busca de oportunidades em segmentos internos que podem ser beneficiados pela realocação de cadeias produtivas.
O Tarifaço americano tem efeitos heterogêneos, mas tangíveis. Enquanto os grandes estados industriais perdem mais em valor absoluto, o Nordeste e o Centro-Oeste sentem o golpe em termos relativos, com quedas percentuais superiores a 60% em alguns casos.
A longo prazo, essa dinâmica reforça a necessidade de estratégias regionais de diversificação produtiva, políticas de apoio à exportação e maior integração comercial entre os estados. Além disso, o Tarifaço coloca o Brasil diante de um cenário de ajuste comercial e regional.
Embora o impacto nacional pareça moderado, os efeitos sobre os estados exportadores podem ser significativos, atingindo indústrias, arrecadação e empregos locais. Assim, para evitar perdas maiores, será essencial uma coordenação entre governo federal, estados e setor privado, com políticas de crédito, apoio à exportação e diversificação de mercados.
Principalmente São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pela concentração de exportações industriais.
Parcial. As novas tarifas entram em vigor progressivamente, mas os efeitos já devem aparecer nas exportações de 2026.
Siderurgia, móveis, papel, máquinas, autopeças e bens de consumo industrializados.
Ampliar incentivos à exportação, apoiar a indústria local e buscar novos parceiros comerciais.
Fonte: G1
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