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Em decisão unânime, Câmara dos Deputados aprovou a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda a partir de 2026. Este projeto visa englobar quem recebe até R$ 5 mil por mês. Trata-se de uma medida que pode beneficiar cerca de 16 milhões de brasileiros.
Por isso, neste artigo, você vai entender o que muda, os beneficiados, quais outras medidas estão no projeto e como essas alterações se conectam à reforma tributária em andamento no Brasil.
A principal novidade da reforma é a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês. Isso significa que uma parcela maior da população não precisará recolher o tributo.
Segundo a proposta, a nova tabela corrige parte da defasagem acumulada ao longo dos últimos anos, já que a faixa de isenção não acompanhava a inflação.
Na prática, trabalhadores com salários mais baixos, que antes deviam declarar e pagar, agora ficam liberados da cobrança. Além disso, esse ajuste também busca aliviar a pressão sobre o orçamento familiar em um cenário de custo de vida elevado.
Os principais beneficiados serão:
Além de reduzir a carga sobre a população de menor renda, a medida pode gerar reflexos positivos na economia doméstica: mais dinheiro disponível no bolso das famílias tende a estimular o consumo e movimentar setores do comércio e serviços.
A proposta trazia que a tabela do Imposto de Renda estava defasada há vários anos, acumulando uma diferença significativa em relação à inflação. Assim, pessoas de baixa renda, que antes estariam isentas, fossem obrigadas a pagar imposto.
Por isso, analisa-se a ampliação da isenção para 2026 como um passo para restabelecer a justiça tributária e alinhar a cobrança à realidade atual de salários.
Mais uma novidade do projeto está na criação de um imposto mínimo progressivo, que chega a uma alíquota de até 10% sobre rendimentos mensais superiores a R$ 50 mil. Assim, esse percentual incide de forma escalonada, alcançando o teto de 10% para ganhos acima de R$ 100 mil mensais (ou R$ 1,2 milhão por ano).
Diferentemente do que ocorre na faixa de isenção ampliada, essa medida impacta os chamados “super-ricos”, buscando garantir que pessoas de alta renda não consigam pagar proporcionalmente menos imposto que contribuintes de classe média.
É importante destacar que assalariados que já recolhem até 27,5% na fonte não terão impacto adicional. Ou seja, o novo piso de tributação mira principalmente rendas que, por mecanismos de planejamento tributário, conseguiam reduzir ou até eliminar a cobrança.
Segundo o relatório aprovado na Câmara, o imposto mínimo de 10% é uma forma de compensar a perda de arrecadação causada pela ampliação da faixa de isenção (até R$ 5 mil mensais). Portanto, só em 2026, a renúncia fiscal estimada é de R$ 25,8 bilhões, chegando a R$ 100 bilhões até 2028.
A medida pode gerar redistribuição tributária, mas também levanta debate sobre competitividade e incentivos ao investimento privado.
Assim, altas rendas passam a ter uma carga mínima obrigatória. Além disso, dividendos superiores a R$ 50 mil/mês também terão retenção de 10%, o que muda a dinâmica para investidores e empresas.
Para evitar distorções e reduzir o impacto negativo da medida, o texto aprovado na Câmara estabeleceu exceções importantes ao novo imposto mínimo. Por isso, alguns rendimentos e aplicações não entram na base de cálculo dessa alíquota:
Apesar da lista, há pontos de debate. O presidente da Câmara, Arthur Lira, já sinalizou que pode rever a exclusão das debêntures incentivadas, o que deve gerar discussões no plenário.
O projeto agora, após a aprovação da Câmara, seguirá para o Senado. Este fato pode gerar uma disputa política entre as duas Casas, porque os senadores retomaram o PL 1.952/2019, relatado por Renan Calheiros (MDB-AL), que também prevê isenção para rendas de até R$ 5.000.
Na prática, as diferenças entre as propostas em relação à faixa de isenção são pequenas. O que está em jogo é o protagonismo político, principalmente a rivalidade entre os alagoanos Arthur Lira (presidente da Câmara) e Renan Calheiros. Eles disputam espaço tanto no Congresso quanto em seu estado de origem.
A expectativa é que a nova lei seja sancionada até o fim deste ano e entre em vigor em 2026, impactando a declaração de Imposto de Renda a ser entregue em 2027.
A faixa de isenção sobe para R$ 5.000/mês, ampliando o número de contribuintes livres do pagamento.
Ainda não. O texto passou na Câmara e segue para o Senado. A expectativa é valer para o ano-calendário 2026 (declaração em 2027).
Sim, rendas acima de R$ 5.000 podem ter imposto devido, conforme a nova tabela progressiva.
Depende. Isenção de pagar ≠ dispensa de declarar. A obrigação de declarar segue as regras gerais (ex.: patrimônio, rendas específicas, etc.).
É um imposto mínimo progressivo que chega a 10% para quem ganha acima de R$ 100 mil/mês, começando a incidir a partir de R$ 50 mil/mês.
Sim. Dividendos mensais maiores do que R$ 50 mil terão retenção de 10%, afetando investidores de alta renda.
Ficam de fora, entre outros: poupança, heranças, indenizações por doenças/acidentes, aposentadorias por invalidez/doença grave, LCI/LCA, CRI/CRA, FIIs, Fiagros, debêntures incentivadas e FIP-IE.
Some os rendimentos tributáveis do mês. Se a média mensal ficar até R$ 5.000, há isenção do pagamento; acima disso, aplica-se a tabela.
Fonte: InfoMoney
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